Greve Geral histórica paralisa Campus I da PUC-Campinas e denuncia a tentativa do governo de acabar com o direito à aposentadoria e à CLT
O Fórum das Centrais Sindicais e as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo convocaram e os trabalhadores se uniram e foram às ruas na maior Greve Geral vista no país, dia 28 de abril.
Em Campinas, o dia amanheceu com as ruas vazias; rodovias bloqueadas; instituições públicas fechadas, piquetes em fábricas; e lojas de portas cerradas porque diversas categorias de trabalhadores cruzaram os braços contra a política de retrocessos do governo Michel Temer (PMDB).
A Greve Geral foi marcada também por momentos históricos de resistência. Os motoristas do transporte coletivo aderiram à manifestação e se reuniram em frente às garagens e terminais para garantir que não houvesse a circulação de ônibus o dia todo. E na PUC-Campinas os professores e estudantes deram uma importante demonstração de luta ao parar o Campus I, se concentrar no histórico Pátio dos Leões e seguir em passeata pela Av. Francisco Glicério para se incorporar ao ato público no Largo do Rosário.
Não faltaram motivos para pararmos o Brasil. A Lei da Terceirização e as reformas da Previdência e Trabalhista são ataques gravíssimos aos direitos historicamente conquistados pela classe trabalhadora.
“Os movimentos sociais, sindical e estudantil e a população sabem da importância da luta contra as reformas e estão indignados com a falta de diálogo e sensibilidade do governo. E ocupar as ruas é a única forma de barrarmos essas propostas”, explicou um sindicalista no carro de som.
A greve geral teve grande impacto em várias regiões do Brasil e incomodou a base de sustentação do governo Temer preocupada com a eleição de 2018. E apesar do anúncio do governo de “flexibilizar” a reforma previdenciária, não podemos nos iludir, porque as propostas continuarão bem ruins, principalmente para mulheres, jovens e professores.
Governo Temer reprovado
Com tantas ameaças de retirada de direitos, nossa resposta precisava estar à altura!
A pesquisa do Instituto Datafolha demonstra que 71% dos brasileiros são contrários à Reforma da Previdência, 58% são contra a Reforma Trabalhista, aprovada na Câmara dos Deputados, porque acreditam que vão perder direitos, enquanto que 43% dizem desconhecer as mudanças trabalhistas defendidas pelo governo. Já 64% dos brasileiros acham que as mudanças na CLT privilegiam mais os empresários e 63% pensam o mesmo sobre a terceirização sancionada no fim de março.
E tem mais, o Datafolha divulgou que 61% dos entrevistados consideram o governo Temer ruim ou péssimo e 28% acham regular.
A baixa popularidade de Temer e a rejeição às reformas indicam que a gestão do peemedebista não está afinada com as demandas da população pobre, nem com as necessidades da classe trabalhadora que reivindicam mais emprego e proteção aos direitos trabalhistas e previdenciários.
Vale destacar que essas pesquisas do Datafolha foram realizadas nos dias 26 e 27 de abril, antes da Greve Geral.
Paralisação na PUC-Campinas é reflexo do descontentamento com as reformas
Mesmo com a possibilidade de punição, estudantes e professores da PUC-Campinas se organizaram e conseguiram na Greve Geral esvaziar o Campus I. Depois fizeram uma linda passeata do histórico Pátio dos Leões até o Largo do Rosário.
Essa importante vitória dos movimentos estudantil e sindical da Universidade dá mostras de que estamos mobilizados e não vamos aceitar que enterrem a CLT e acabem com as chances de aposentaria da juventude.
Ato Político no 1º de Maio dá continuidade à luta
Dois dias depois da Greve Geral, Dia 1º de Março, Dia Internacional do Trabalhador, as ruas do Centro de Campinas foram tomadas novamente pela passeata e ato político.
O objetivo foi denunciar, mais uma vez, que se essas propostas forem aprovadas, nós, trabalhadores e trabalhadoras, vamos perder direitos e garantias conquistados com anos de luta. O momento também foi para dar um recado ao Planalto de que vamos seguir mobilizados, construindo uma forte resistência contra essas propostas previstas para serem votadas este mês.
A Anfip (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil) alerta que não existe um “rombo” na Previdência, mas um calote de cerca de R$ 426, bilhões oriundos de não pagamentos de grandes empresas como JBS Friboi, Bradesco, Itaú, Gazeta Mercantil entre outras. Ao invés de cobrarem os verdadeiros devedores, querem jogar a conta nas costas do trabalhador.
Assim como nos meses de março e abril, a Apropucc seguirá na construção de um forte maio de lutas para reafirmar que vamos lutar até o fim para não perder nossos direitos!
Parabéns à classe trabalhadora pela unidade na luta!
Assista ao vídeo do discurso do presidente da Apropucc, Ednilson José Arendit, na Greve Geral em Campinas.
Greve Geral – 28 de Abril
Créditos: Com fotos de Luiz Felipe Martins de Carvalho e Nayara Fernandes Tobaru
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