ENSINO SUPERIOR PRIVADO | Patronal sucateia ensino, despreza seus profissionais
Os sindicatos integrantes da Fepesp irão se reunir para discutir o encaminhamento da negociação com as mantenedoras de instituições de ensino superior privado do Estado de São Paulo, diante de proposta encaminhada pelo Semesp nesta terça-feira, 05/04 à Federação dos Professores do Estado de São Paulo.
Em sua proposta, o Semesp – que é o sindicato dos estabelecimentos de ensino superior privado em São Paulo – reclama das condições econômicas do país e das dificuldades impostas pela pandemia para rejeitar qualquer reajuste salarial ou correção de vencimentos por conta das perdas provocadas pela inflação de 2020 e 2021.
“Depois de dez meses de negociação e de um silêncio no início deste ano, o Semesp encaminha proposta formal que renega tudo o que foi negociado até agora. Falta seriedade nessa proposta”, diz Celso Napolitano, coordenador da comissão de negociação dos sindicatos.
No processo de negociação entre a comissão dos sindicatos e o Semesp houve entendimento pela prorrogação das cláusulas existentes das convenções coletivas de professores e de auxiliares de administração escolar por dois anos. Comunicados conjuntos foram assinados para esclarecer questões relacionadas a garantia semestral de salários em final de semestre e de homologações de dispensas. Mas a definição de propostas para os demais itens das convenções coletivas tem sido postergada pelo Semesp.
Apesar de ser um dos setores que melhor puderam enfrentar as restrições impostas pela pandemia – já que seus clientes, ou melhor, alunos, rapidamente se adaptaram ao ensino remoto, que era praticado antes do Coronavírus na forma de sessões de Ensino a Distância – os estabelecimentos de ensino superior demonstram estar apenas interessados em manter números saudáveis em suas planilhas financeiras.
Ao privilegiar o lucro sobre o resultado acadêmico, as IES desvalorizam e pauperizam seus profissionais, desprezam a necessidade de formação de profissionais qualificados para o desenvolvimento do país e, em última análise, se alinham à política de desindustrialização promovida pelo governo federal.
“Esse desprezo por seus profissionais e pela formação superior, com o sucateamento do ensino e desvalorização do docentes poderá colocar em jogo inclusive fatores importantes de soberania nacional”, diz Celso Napolitano. “A pandemia é apenas uma desculpa para continuar faturando enquanto finge estar educando”.
Aos professores e pessoal administrativos, fica o alerta: todos serão chamados a se manifestar. Fique atento aos avisos e à convocação do seu sindicato. Nossa resposta à negligência das mantenedoras deverá ser coletiva, Na defesa dos nossos direitos e na defesa da nossa vida.
Fonte: Fepesp
Artigos relacionados
Educação na ditadura, página infeliz da nossa história
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB, nº 4.024, de 1961), a primeira lei geral sobre o tema, permitiu a descentralização da educação da esfera federal para a
Pesquisa da Fepesp será apresentada em Congresso Educacional em Cuba
A pesquisa exclusiva realizada pela Federação dos Professores do Estado de São Paulo – Fepesp em novembro passado (Uso de tecnologia dentro e fora das salas de aula – 2016)
Sessão Solene homenageia os 25 anos da Contee
A Câmara dos Deputados irá homenagear os 25 anos de fundação da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), a iniciativa é do deputado federal Wadson Ribeiro (PCdoB-MG). A Sessão
0 comentários
Nenhum comentário
Você pode ser o primeiro a comentar esta matéria!