Congresso Internacional: Escola Pública: tempos difíceis, mas não impossíveis
A FE (Faculdade de Educação) da Unicamp está comemorando 45 anos de sua criação. Os professores e pesquisadores desta Faculdade entendem que é um momento oportuno para promover uma ampla reflexão sobre as mudanças que estão ocorrendo na escola pública.
O propósito do “Congresso Internacional ESCOLA PÚBLICA: tempos difíceis, mas não impossíveis”, comemorativo de data tão significativa, é aprofundar a problematização e análise da realidade contemporânea e das possibilidades e limitações do espaço público e especificamente da escola pública, considerando sua historicidade internacional, regional e nacional.
O congresso acontece de 30/07 a 1º de Novembro, na Unicamp e contará com pesquisadores de renome da área. O encontro é aberto aos públicos externo (professores, pesquisadores, estudantes e profissionais) e interno (estudantes de graduação, pós-graduação, funcionários e docentes da FE).
Para obter mais informações ou se inscrever, acesse aqui o site da faculdade.
Reflexões apontadas para o congresso
Vivemos um contexto fortemente marcado pela busca de desqualificar a instância pública e legitimar, enquanto referência de eficiência e produtividade, o setor privado. Há décadas a política que tem se tornado hegemônica visa a construção de um consenso em torno da justificativa por maiores investimentos privados e pela defesa da redução do investimento público e estatal nas diferentes esferas de nossa sociedade. Sob o domínio de um discurso político do fracasso do Estado na condução de políticas sociais e econômicas, com forte poder de convencimento, e de uma produção de conhecimento dominada pelo economicismo que se autolegitima na ideologia da meritocracia, o Estado tem sido acusado de ser o responsável por todos os “males” da sociedade atual.
No que se refere à educação, a política de avaliação e a ênfase em dados negativos, que apontariam, segundo seus defensores, para um baixo rendimento relacionado aos investimentos públicos dos últimos tempos, contribuem para o avanço do discurso da eficiência do setor privado. Hoje, o maior risco da escola pública está em sua crescente apropriação pelos interesses particulares, – ideológicos e econômicos -, isto é, por uma visão de mercado que dia a dia aumenta seu poder na sociedade ocidental. São estes interesses particulares que têm pautado as questões no âmbito educacional. Ao mesmo tempo a escola vem sendo atingida também por novas demandas educacionais que se encontram em sintonia com as transformações culturais do mundo atual.
Na educação, são várias as expressões desse processo: a diminuição do investimento na educação pública no mundo e ao mesmo tempo a apropriação do orçamento do Estado pelos setores privados e a expansão de políticas que visam a desqualificação da escola pública.O desafio é ir além das demandas e resistências imediatas, extremamente importantes e necessárias, para promover um diálogo entre conhecimento teórico-crítico, referências empíricas e ação política.
Espera-se, desse modo, poder produzir coletivamente uma reflexão que nos permita afirmar a positividade da escola pública e construir novos caminhos para seu futuro, comprometendo-a com a ruptura dos processos de concentração do conhecimento e da discriminação educacional, que são constitutivos do processo crescente de desigualdade econômico-social hoje presente em todo o mundo.
Fonte: Faculdade de Educação da Unicamp
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