Não é ignorância, é o “mercado”…
Editorial da Folha, com seu tradicional privatismo, reflete sobre a questão da formação dos médicos. Sempre usando a “liberdade de imprensa” a favor do “mercado”, ou seja, a favor do 1% que fatura e cresce diariamente, ela conclui:
“Já o quesito das deficiências na formação pode resolver-se mais facilmente, sem intervenções sobre o funcionamento do mercado [ou seja sem regular a abertura de novos cursos de medicina]: basta tornar o exame de proficiência obrigatório para emissão do diploma. Os alunos e seus pais saberão evitar o investimento de seis anos de estudos em escolas com baixos índices de aprovação.”
Leia mais aqui.
Simples de tudo. Tão simples e fácil que se torna simplista e errado. No entanto, isso não deve ser atribuído a uma ignorância dos editores da Folha. Na verdade, esta é a lógica do “mercado” que o veículo representa: avalia-se, premia-se as bem avaliadas com alunos e as demais, fecha-se por falta de alunos. O “mercado” opera seus milagres e tudo que ele toca, vira “qualidade”. Pergunta-se: desde quando um teste de múltipla escolha atesta qualidade de um profissional?
A razão, como já temos dito por aqui, é que o tal mercado tem horror à regulação. Quando estimula a privatização dizendo que se pode privatizar “regulando” bem, de fato está blefando. É um argumento apenas para facilitar a aceitação da privatização. Como se vê com Trump nos Estados Unidos e aqui na Folha, regulação é tida como intervenção do Estado no mercado. Não é a meta final dos empresários. Ao contrário: é a desregulação que o mercado prega.
Ontem divulguei texto de Diane Ravitch comemorando a data do fim de uma lei que motivou esta política de avaliação nos Estados Unidos, extinta a partir de 2015, ou seja, a desastrosa Lei No Child Left Behind promulgada em 2002. Disse que, por aqui, a ideia de avaliar, premiar e punir ainda é forte. O editorial da Folha confirma isso.
Fonte: Avaliação Educacional – Blog do Freitas (Imagem: Pixabay.com/HarinathR)
Artigos relacionados
TV Apropucc: Especial sobre a Reforma da Previdência
A luta contra a Reforma da Previdência é uma das principais bandeiras levantadas pela classe trabalhadora por conta dos prejuízos sociais que ela trará. Para fortalecer nossa luta, os movimentos
Pró-reitora de pesquisa garante que normativa não irá prejudicar avaliação docente
No dia 3 de setembro a Apropucc esteve em audiência com a Pró-Reitora de Pesquisa, Profª Drª Sueli do Carmo Bettine e com o Coordenador Geral da Pós Graduação, Prof.
Centrais farão nova greve geral contra reformas no final de junho
Data deverá ser definida na semana que vem. Dirigentes esperam movimento maior que o de 28 de abril. As centrais sindicais aprovaram nesta segunda-feira (29) a realização de uma nova
0 comentários
Nenhum comentário
Você pode ser o primeiro a comentar esta matéria!