Nota da Apropucc contra o racismo na PUC-Campinas
A Associação dos professores da PUC-Campinas vem, no papel que lhe cabe, manifestar sua preocupação e perplexidade diante das denúncias de racismo presente no interior da instituição e amplamente divulgadas nas redes sociais. Veja manifesto público (http://www.contextolivre.com.br/2014/05/manifesto-de-repudio-ao-racismo-na-puc.html). Sabemos bem que este é um problema histórico de toda a nossa sociedade e que vem se tornando cada vez mais explícito, à medida que políticas públicas de afirmação das identidades, de direitos humanos e das minorias vão dando passos para a transformação social desejada no Brasil. Com frequência temos testemunhado manifestações de racismo e de outras formas de preconceito em vários setores (escolas, universidades, hospitais, futebol…) e, muitas vezes, por pessoas de visibilidade pública.
Porém, o caso da aluna do curso de Arquitetura nos revela o quanto, no cotidiano da universidade e de nossas relações sociais, o racismo está presente; o quanto a maioria das pessoas que o traduzem em suas falas e gestos não se reconhecem como tal… Sabemos que o preconceito racial e o de classe (assim como outras formas de preconceito) são muito mais evidentes em cursos tradicionalmente elitizados, mas não só. São justamente as formas de preconceito e discriminação que estruturam as relações de violência no cotidiano, tão conhecidas por todos nós.
Ficamos preocupados com o fato de a aluna, ao denunciar o racismo sofrido no interior da instituição, ter dito receber como resposta da instituição “nada podemos fazer”. A Apropucc, diante de tal denúncia, está solicitando informações sobre as medidas tomadas pela Universidade para esclarecer e resolver o caso. Nesse momento, em que todos esperam que a instituição esteja preparada para lidar com um problema do qual ela também é responsável, temos uma ótima oportunidade para refletirmos se os valores que permeiam o cotidiano da PUC-Campinas refletem os objetivos e a missão que esta se propõe.
A Universidade tem professores, diretores, reitores e instrumentos acadêmicos – não para resolver todo o problema, pois esse é um problema que transcende a universidade – mas para identificá-lo, para dar exemplo, para buscar mecanismos internos que favoreçam a mudança de mentalidade e fazer aquilo que uma universidade que se pretenda de excelência deve fazer: formar o aluno, não só para ser um técnico, um profissional…, mas para ser cidadão responsável, crítico, ético e solidário, capaz de intervir nessa sociedade desigual, onde uns são mais humanos que outros.
Sobre o autor
Artigos relacionados
Aprovada criação de instituto de supervisão do ensino superior
Veja em http://www.vermelho.org.br/noticia/241685-1#.U3Fr844JNc0.facebook
1º de Maio sem Patrões e Sem Governo
O Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores deste ano tem como tema “1º de Maio sem Patrões e Sem Governo”. Em Campinas a concentração será às 9h no Largo do Pará com passeata até
Contee participa da 8ª marcha das centrais sindicais
Diretores da Contee participam amanhã (9) da 8ª Marcha da Classe Trabalhadora, que será realizada em São Paulo, por mais direito e qualidade de vida. A mobilização convocada pelas centrais
0 comentários
Nenhum comentário
Você pode ser o primeiro a comentar esta matéria!