Ministério público é acionado contra aumento de passagem
Foi protocolado na tarde de quarta-feira (25/01) uma representação no Ministério Público contra o aumento da passagem em Campinas.
A iniciativa partiu de uma comissão de movimentos sociais e o documento foi assinado por mais de 40 entidades e organizações comunitárias que alegaram que o prefeito Jonas Donizette (PSB) pode estar cometendo crime de improbidade administrativa por conceder reajuste de um serviço público em situação irregular, segundo a constatação da Justiça, sem a convocação de uma nova licitação.
O documento foi protocolado por Lejeune Mirhan (PCdoB), Surya Guimaraens (Rede Sustentabilidade), Silvana Suaiden (Apropucc), Paolla Catherine (JPT), Cris Grazina (UNE/UJS), Fernando Cruz (Mov. Sociais/PCdoB) e Fábio Índio (CUT) – ordem da foto.
O reajuste da passagem em Campinas começou a valer a partir do dia 7 de janeiro e vem causando transtorno e indignação entre os passageiros da cidade que passaram a pagar R$ 4,50 na tarifa, um aumento de 18%.
Diversas manifestações foram realizadas na cidade e um novo protesto está sendo convocado para o dia 08/02 (quarta-feira), no Largo do Rosário no Centro e na região do Campo Grande (local a confirmar), ambos às 17h. Confirma mais informações aqui.
A luta contra o reajuste da tarifa de transporte segue firme
Dia 08/02 a população irá às ruas novamente para protestar contra o reajuste da tarifa de transporte em Campinas. A convocação parte das entidades dos movimentos sociais como centrais sindicais, associação de moradores, entidades sindicais, movimento estudantil entre outras.
O transporte público é uma conquista social que não pode ser vista como mercadoria. Trata-se de uma necessidade básica, é um direito universal de todos os cidadãos.
O reajuste de 18,42% (três vezes o índice inflacionário do último período) no valor da passagem de ônibus em Campinas é ultrajante. Por si só, o custo exorbitante da tarifa compromete o caráter público do sistema, indo na contramão do incentivo ao uso do transporte público na cidade, já que de tão caro limitará o uso popular sobre os ônibus. Não só, o aumento é extremamente abusivo, como também implicará no aumento do custo de vida de trabalhadores e estudantes, o que é dramático, sobretudo no momento de crise que estamos vivendo.
O governo Jonas (PSB) tem feito uma opção política pelo sucateamento do transporte público em Campinas, em benefício do lucro do consórcio que opera o sistema. Temos uma das tarifas mais altas, e a qualidade é uma das mais baixas conhecidas no Brasil. Nos últimos anos temos visto ações que representam uma péssima gestão dos transportes, tais como- carros velhos; demissão de cobradores; aumentos sequenciais das passagens; falta de infraestrutura; pouca transparência nos custos; falta de investimento em corredores; poucas linhas; etc.
É necessário destacar também o enfraquecimento dos mecanismos que a sociedade civil possui para fiscalizar o sistema. Hoje, praticamente não há controle social dos transportes, já que é a própria Transurc que opera a venda de bilhetes nos terminais sem a possibilidade de acompanhamento público. A administração municipal tem deliberadamente ignorado as discussões do Conselho Municipal de Transportes, não houve qualquer discussão pública sobre o aumento com a comunidade. Ou seja, o transporte público em Campinas é uma “caixa-preta” e o reflexo disso foi o anúncio autoritário do aumento da passagem, sem qualquer debate, ao apagar das luzes de 2016.
Com os salários sendo reajustados abaixo da inflação, desemprego em crescimento e estrangulamento do orçamento familiar, este aumento significa aprofundar ainda mais as crises na indústria e no comércio.
Não menos importante do que o aumento em si, é a cruel cobrança de R$ 0,30 na primeira e segunda integração feita pelo usuário. A taxa é segregacionista, já que atinge com maior força a população das periferias da cidade e transformam o acesso à cidade de direito em privilégio, erguendo muros invisíveis entre as regiões de Campinas num momento em que a comunidade tem feito esforços para que a cidade seja cada vez mais integrada e acessível.
O contrato entre a prefeitura e a empresa que faz a gestão do transporte público foi suspenso pela Justiça, o que torna o reajuste injustificável e ilegal. É inconcebível que a cidade de Campinas tenha a tarifa mais cara do país. Alguma coisa nisso está fora da ordem!
Em síntese, em face da conjuntura nacional e internacional, levando em conta suas consequências, não é possível aceitar que a população de Campinas pague a conta mais uma vez. Por isso, nos solidarizamos a todos os movimentos, militantes e ativistas que têm sido criminalizados pelos governos, não só contra o aumento do transporte, mas nas demais lutas sociais na cidade, no estado e no país. Manifestar não é crime, é um direito!
Considerando os pontos elencados, agora é hora de organizadamente ocupar as ruas para que a voz da população seja ouvida e seus interesses levados em conta pelo governo municipal. Sendo assim, reivindicamos:
I- Que o prefeito Jonas Donizete revogue imediatamente o Decreto Nº 19.375 de 29/12/16, que autoriza o aumento da passagem e institui a cobrança nas integrações, e o imediato congelamento do valor nos patamares anteriores a este (R$ 3,80);
II – Implantação imediata da TARIFA ZERO para desempregados e estudantes de Campinas;
III – Consulta pública à população visando um novo modelo de transporte público e auditoria nas contas do sistema atual;
IV – Contra a criminalização e perseguição dos movimentos sociais! Quem luta pelos direitos não merece punição!
A Apropucc, em conjunto com as demais entidades e organizações, se coloca também em caráter de mobilização permanente até que o reajuste seja revogado e esse prejuízo imposto aos campineiros seja revertido.
Em breve divulgaremos mais informações sobre essa mobilização.
R$ 4,50 Não Dá! Pela revogação do aumento das passagens Já!
Resistir nas ruas em defesa dos nossos direitos!
Confira abaixo o manifesto divulgado pelos coletivos
Fonte: Com informações dos Facebook’s da UJS, CUT e do Jornal Alto Taquaral e do site da TV Hortolândia
Artigos relacionados
Lei facilita acesso de professores a ensino superior
PL6514 de 2009 de autoria do Senador Cristovam Buarque altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), para estabelecer
Entidades divulgam Manifesto em Defesa da Escola Democrática
Entidades divulgam manifesto em defesa da escola democrática que faz uma dura crítica ao projeto de lei que pretende criminalizar a prática docente e transformar o espaço escolar num campo do
Ciclo de Debates “Que Brasil é Este?” discute a crise econômica
A economia brasileira ruma para o caos? A questão será o tema da terceira rodada do Ciclo de Debates Que Brasil é Este?, marcada para o dia 22 de fevereiro,
0 comentários
Nenhum comentário
Você pode ser o primeiro a comentar esta matéria!