Moção de Apoio à Luta dos Professores Estaduais de São Paulo

Em São Paulo, os professores da rede estadual estão em greve desde 13 de março, reivindicando reajuste salarial e melhores condições de trabalho.

Para apoiar essa luta justa e cobrar respostas do governador Alckmin, a Apropucc encaminhou “Moção de Apoio à Luta dos Professores Estaduais de São Paulo”.

Confira o texto na íntegra:

Moção de Apoio à Luta dos Professores Estaduais de São Paulo

A Associação dos Professores da PUC-Campinas (Apropucc) manifesta seu apoio à greve dos professores da rede pública estadual de São Paulo, deflagrada em 16 de março.

Esses professores estão em luta reivindicando melhores salários e condições de trabalho, conselhos de escolas democráticos, atuantes e participativos e, principalmente, mais verbas para as escolas. Reivindicam, também, a garantia do abastecimento de água nas escolas e medidas de prevenção à violência.

Lamentavelmente, até a presente data, o governador Alckmin não apresentou nenhuma proposta salarial à categoria, mesmo com a adesão à greve de mais de 60% dos professores e professoras de todo o Estado. Além disso, não houve avanços concretos nos demais itens da pauta de reivindicações. Pior, o governador ofereceu ZERO POR CENTO de reajuste salarial e cortou o ponto dos professores paralisados, em completo desrespeito ao importante papel desses trabalhadores na construção de uma nação soberana e democrática.

Reconhecemos que a luta dos professores, antes de tudo, se mostra em defesa da escola pública estadual, a qual está sendo destruída pelo governo do estado de São Paulo, cujo objetivo é sucatear os serviços públicos – como Saúde, Educação, Segurança etc. – entregando-os ao setor privado por meio de privatizações e terceirizações da mão de obra.

Nós, professores do Ensino Superior – também trabalhadores da Educação – repudiamos a atitude do governador de criminalizar o movimento: usando violência policial nas manifestações e atos públicos promovidos pelos professores, descontando os dias parados desses grevistas e ignorando a luta por melhorias efetivas na qualidade da Educação.

É dever do Estado assegurar o acesso à Educação a todos os brasileiros, bem como a valorização dos profissionais da Educação, garantindo planos de carreira aos das redes públicas. Sendo assim, a luta pela Educação pública, gratuita e de qualidade não é só dos professores, mas de todos os que querem garantir uma sociedade justa e igualitária.

Não é justo que os professores da rede estadual pública recebam tão pouco para cumprir uma função tão importante em nosso país. E ainda, não é justo que atuem em escolas com péssimas condições onde faltam materiais básicos como giz e papel higiênico.

Diante desse deprimente quadro, a diretoria da Apropucc ressalta que é de suma importância que o Governador do Estado se disponha a dialogar com a categoria implemente um plano de carreira e cumpra a Lei do Piso (Lei Federal 11.738/2008) que destina 1/3 (um terço) da carga horária para atividades extracurriculares (planejamento, correção de atividades, pesquisa, formação continuada, atividades escolares, reuniões pedagógicas e de pais e mestres, cursos, preenchimento do diário do aluno etc.).

É evidente que, quanto mais persistir a intransigência do governador Alckmin, mais o movimento crescerá e se fortalecerá para barrar os ataques às justas reivindicações da categoria.

Finalizamos prestando, mais uma vez, solidariedade a este movimento combativo e cobramos que o governador Alckmin reabra as negociações de modo a atender as justas reivindicações da categoria.

Campinas, 26 de Maio de 2015

Associação dos Professores da PUC-Campinas (Apropucc)

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