Agora são 10 as escolas ocupadas em Campinas

Agora são 10 as escolas ocupadas em Campinas

Subiu para 10 o número de escolas estaduais, em Campinas, ocupadas por alunos contrários à reorganização proposta pelo governo do estado. Na manhã desta quinta-feira (26), alunos das escolas E. E. Laís Bertoni Pereira (Vila Palácios), e E. E. Eduardo Barnabé (DIC I) foram ocupadas.

De acordo com o diretor do sindicato que representa os professores da rede (Apeosp) e integrante do Coletivo Quinze de Outubro – Educadoras e educadores, Pedro Oliveira, os estudantes defendem que o processo de reorganização seja amplamente debatido com alunos e professores durante 2016, antes de ser implementado pelo Estado.

A região de Campinas terá 55 escolas estaduais com ciclo único de ensino a partir de fevereiro, segundo o governo paulista.

Escolas em Campinas que estão ocupadas:

  • Carlos Gomes (centro)
  • Francisco Glicério (centro)
  • Júlio de Mesquita (Jardim das Oliveiras)
  • Antônio Vilela Júnior (Vila Industrial)
  • Eliseu Narciso Reverendo (DIC III)
  • Hugo Penteado Teixeira (Parque Floresta)
  • Procópio Ferreira (Jardim das Oliveiras)
  • Dom Barreto (bairro Ponte Preta)
  • Laís Bertoni Pereira (Vila Palácios)
  • Eduardo Barnabé (DIC I)

Região

Na região já somam cinco as escolas ocupadas. Na manhã de quarta (25), estudantes de duas escolas de Americana decidiram ocupar as unidades para pressionar o cancelamento da reorganização escolar em ciclos únicos: as escolas Monsenhor Magi e Prefeito Antonio Zanaga. Em Santa Bárbara d’Oeste, estudantes já ocuparam as escolas Irene de Assis Saes e Benedicta Aranha de Oliveira Lino, na segunda-feira, e Monsenhor Magi, no Jardim São Paulo, na noite de terça-feira (24).

Diálogo

A Secretaria da Educação afirma, em nota, que tem investido no diálogo permanente com alunos e comunidade escolar a fim de ampliar o espaço e a participação deles no processo de reorganização das escolas estaduais de São Paulo.

Afirma ainda que as Diretorias Regionais de Ensino têm atuado junto aos estudantes para a liberação de escolas ocupadas e no restabelecimento das atividades letivas, e que a medida já atendeu diretamente a 38 mil estudantes, em 38 unidades de ensino do Estado.

“O diálogo é um elemento essencial em qualquer processo que envolva a educação. As manifestações de alunos por maior participação na rotina de suas escolas é algo inédito e muito positivo. Mas não podemos deixar que o movimento se sobreponha ao direito de aprender e estudar da grande maioria”, afirma o secretário da Educação, Herman Voorwald.

Ainda de acordo com a secretaria, o trabalho de insistir em reuniões pacíficas mostrou para alguns ocupantes que o diálogo os insere no processo e permite maior participação.

Na Escola Estadual Leonardo Vilas Boas, em Osasco, um grupo de mães que entendem que a reorganização trará benefícios para seus filhos protagonizou o diálogo e a desocupação da escola.
“Estamos aqui para garantir o direito do nosso filho de estudar. Não entendo o motivo de ocupar uma escola em que a reorganização do Governo irá melhorar o trabalho dos professores”, afirma Rosimeire Silva, uma das mães.

“Diálogo, diálogo, diálogo. É o que tenho repetido para todos os Dirigentes, e o que tenho tentado fazer com alunos, pais e professores”, conclui o secretário.

Escolas de tempo integral em SP

Em meio a crítica dos estudantes em relação à reorganização escolar, a Secretaria da Educação afirma que o projeto é para beneficiar os próprios estudantes.

De acordo com a pasta, a reorganização vai ampliar em 30% o número de vagas no tempo integral. Para 2016, o governo promete 60 mil oportunidades de matrículas no Ensino Fundamental (1º ao 9º ano) e Médio.

Só para a Campinas a Secretaria destinou cerca de 1,5 mil vagas distribuídas nas escolas Jornalista Roberto Marinho (Vila Renascença), Jamil Gadia (Parque da Figueira) e Luís Galhardo (Jardim Cura D’ars).

Para essas escolas foram destinadas, para cada uma delas, 280 vagas para o ensino fundamental e 240 para o ensino médio.

Alckmin corta bônus de escolas ocupadas

A gestão Geraldo Alckmin (PSDB) não pagará bônus em 2016 aos servidores das escolas estaduais ocupadas – o número subiu para 174 nessa quarta-feira, 25. Nessas unidades, não houve ou não foi concluída a aplicação do Saresp, principal avaliação de aprendizagem da rede. A nota dessa prova também é usada para calcular as gratificações dadas a servidores dos colégios que atingem a meta fixada pelo governo.

A Secretaria da Educação do Estado confirmou a decisão. O entendimento é que, sem a nota do exame, não é possível saber se a escola alcançou a meta. A pasta não disse quantos servidores devem ser atingidos pela medida. As escolas ocupadas representam cerca de 3,4% das 5.147 unidades da rede paulista.

Neste ano, o governo pagou R$ 1 bilhão em bônus a 232 mil servidores da educação estadual. Em 2015, porém, os professores da rede não tiveram reajuste salarial. A secretaria alegou restrições orçamentárias, por causa da crise econômica do País. A reportagem não conseguiu contato ontem à noite com a presidência da Apeoesp, maior sindicato dos docentes, nem com a Udemo, sindicato dos diretores.

Fonte: Correio Popular

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