Professores da PUC-Campinas aprovaram proposta para um futuro Acordo Interno

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Categoria discutiu democratização, avaliação docente e adequação na carga horária

Os professores da PUC-Campinas, reunidos em assembleia com abono de faltas na última terça-feira (24), aprovaram a pauta para a negociação de um futuro Acordo Interno da categoria e referendaram as propostas da Campanha Salarial do Ensino Superior. Além disso, foi indicado que as entidades solicitem, o mais breve possível, uma audiência com a reitoria da Universidade para negociar as reivindicações discutidas em assembleia.

O Acordo Interno contém demandas novas ou que já estão em negociação com a reitoria e que tratam de vários direitos e benefícios relacionados à categoria. Entre as reivindicações se destacam: adequações na carreira e na carga horária docente, melhora na distribuição de alunos em sala de aula, garantia de espaço adequado para descanso dos professores de outras cidades que passam o dia todo na instituição, melhorar a divulgação da classificação dos professores que participam dos processos seletivos internos, concepção e processo de avaliação docente, recursos para desenvolvimento dos projetos pesquisa/extensão, estabelecer critérios objetivos para a análise de projetos de pesquisa/extensão e dos relatórios finais e assegurar condições apropriadas de infraestrutura em salas de aula.

A queixa sobre a maneira como se tem utilizado de modo unilateral o instrumento de avaliação docente, inclusive para pontuar uma possível promoção de professores horistas, revelou a perplexidade dos presentes e permeou a maioria dos depoimentos dos professores. A assembleia considerou que a PUC-Campinas tem inserido um padrão grande de controle sobre a produção do conhecimento do professor. A Universidade age como manager, um administrador corporativo dentro de uma instituição comunitária, fazendo com que o professor se sinta responsabilizado pelo sucesso ou fracasso no aprendizado do aluno, apesar do excesso de trabalho e poucas condições adequadas para o bom ensino e a dedicação. “Há uma avaliação enviesada sob a lógica mercadológica da venda do ensino e do conhecimento; por isso, é necessário pensar de forma ampla como combater a estrutura burocratizada da instituição”, explicavam alguns professores, que consideraram inadequado o uso do instrumento para processo seletivo ou promoção docente, um fim ao qual ele não foi pensado.

Tendo em vista as recorrentes situações e posturas autoritárias que vem acontecendo na PUC-Campinas, o excesso de trabalho, de responsabilidades dos docentes e a banalização do recurso da Ouvidoria, utilizada por estudantes para constranger ou punir professores, a assembleia deliberou que esses temas também deverão ser discutidos com a reitoria. O objetivo da audiência entre a Apropucc, Sinpro e a reitoria será propor a antecipação do reajuste salarial e, na sequência, negociar as demandas de um possível Acordo Interno.

A assembleia considerou, após relatos e análises de diversos docentes presentes, que precisamos recuperar entre nós aquilo que perdemos há um bom tempo, que é debater e fomentar a discussão sobre gestão democrática na PUC-Campinas. Embora muitos dos gestores acreditem estar sendo democráticos em suas posturas, agem dentro de estruturas e procedimentos que não são transparentes nem democráticos. Os professores e professoras ali presentes se disseram conscientes de que a luta não será fácil, mas que devem travá-la se quiserem romper com o que impede a verdadeira democracia nas relações acadêmicas, uma condição para a excelência da Universidade.

Na assembleia, os docentes rechaçaram a postura de negociação individual, principalmente de questões que envolvem afastamento, ajustes de carga horária e promoção na carreira docente adotada pela PUC-Campinas. Em função disso, nomearam a Apropucc como mediadora oficial dos docentes como forma de garantir o respeito aos direitos dos professores. Sendo assim, toda vez que houver discussão sobre questões individuais dentro da Universidade, a Apropucc deverá mediar a negociação.

Considerando que há muitos anos não se estabelece um Acordo Interno, tão importante para assegurar direitos e benefícios específicos da categoria, as reivindicações aprovadas pela categoria visam melhorar as condições de trabalho dos docentes e a qualidade do ensino oferecido pela PUC-Campinas.

Na segunda-feira (30) as entidades enviaram ofício à reitoria solicitando uma agenda para realização da audiência.

Campanha Salarial 2016 e assistência estudantil

A Campanha Salarial iniciada em dezembro passado só terminou no mês de maio, apesar da data-base ser março. Desta forma, a proposta aprovada em assembleia do Ensino Superior, em 21de maio, foi acrescentada pela assembleia dos docentes da PUC-Campinas como solicitação de antecipação do reajuste salarial, a fim de diminuir o impacto das perdas salariais.

A antecipação do reajuste aprovado pelos professores da PUC-Campinas contempla a inflação de 10,57%, sendo 7% retroativo a março/16 e o complemento de 3,57% pago a partir de julho/16, mais o abono em outubro/16, sobre o salário bruto e já reajustado. A proposta antecipa para julho o complemento que deverá ser pago em setembro/16.

Além da manutenção das demais cláusulas sociais, a Convenção Coletiva do Ensino Superior prevê a regulamentação inédita da prática de EAD (Ensino à Distância) para uma próxima negociação.

A assembleia também manifestou apoio à luta dos estudantes da PUC-Campinas por permanência e assistência estudantil, principalmente, em relação às demandas sociais levantadas, sobretudo pelos bolsistas. A intenção desse movimento é fortalecer o combate à estigmatização e discriminação, garantir condições adequadas para a permanência dos alunos carentes e amenizar as desigualdades dentro da Universidade.

ATENÇÃO: se você compareceu à assembleia e quer saber como funciona o abono de falta, acesse aqui.

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